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Momento conturbado no Sport Clube Recife

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Um cenário de terra arrasada. Assim pode ser definido o Sport na temporada 2021. Se 2020 acabou com um fio de esperança, com a tão sonhada permanência na Série A, a temporada 2021 começou de forma bastante turbulenta. Eliminação vergonhosa dentro de campo para Juazeirense na Copa do Brasil. Lanterna da Copa do Nordeste. Perda do Campeonato Pernambucano para o rival Náutico. Bate chapa nas eleições. Presidente que venceu e renunciou menos de três meses após assumir o cargo, junto com o vice-presidente. Esses são apenas alguns elementos que podem explicar o motivo delicado pelo qual o clube está passando. Sem presidente, vieram salários atrasados (jogadores estão há quase 3 meses sem receber os vencimentos), atos de indisciplina dentro do elenco e o futebol abaixo do esperado no Brasileirão completam o cenário macabro que envolve o Sport Club do Recife.

Indisciplina

O episódio mais recente, que evidenciou o clima conturbado do Sport, foi o afastamento e não participação do lateral-direito Patric do empate com o Cuiabá. Segundo o clube, por causa de um caso de um suposto ato de indisciplina, que não foi revelado nem mesmo pelo técnico Umberto Louzer, em entrevista coletiva, neste domingo (27). Recentemente, o atacante Mikael também não foi relacionado após faltar a um treino, antes do duelo contra o Grêmio, e não se entender com o staff do futebol. Nas redes sociais, o jogador admitiu o erro e disse que “não estava com cabeça” devido a problemas pessoais.

Ainda teve a cena protagonizada pelo meia Gustavo ao ser substituído no embate com o Corinthians. As imagens da transmissão flagraram ele realizando um sinal de “doido”, supostamente direcionado ao técnico do Sport. Na mesma partida, o repórter do canal Première, que estava no campo, disse que o lateral-direito Patric desabafou, com muitos palavrões, após realizar a assistência para o gol do Leão marcado pelo atacante Tréllez.

Patric é um dos líderes do elenco do Sport. Ele foi contratado no ano passado para a Série A e era o titular absoluto na lateral direita e capitão até o início desta temporada. No Campeonato Brasileiro, ele passou a figurar o banco de reservas e ser acionado em algumas partidas no segundo tempo. Isso em detrimento a titularidade do recém-contratado Hayner.

Renúncias

Os resultados no começo da temporada já não eram satisfatórios, mas o estopim da crise do Sport foram às renúncias do presidente Milton Bivar e o vice Carlos Frederico. A chapa de situação obteve a reeleição em uma dos pleitos mais acirrados da história do Sport. Bivar venceu o principal opositor Nelo Campos por uma diferença de 38 votos. Um processo eleitoral, que era para ter sido realizado em dezembro, bastante turbulento por causa de dois adiamentos: o primeiro com o argumento de que o Leão precisava focar na permanência na Primeira Divisão e o segundo usando a pandemia da covid-19 como justificativa.

Para esquentar o clima, o presidente do Conselho Deliberativo, Pedro Lacerda, assumiu o comando e declarou que o Sport não suporta mais uma eleição. Além disso, não determinou um prazo para o novo pleito, “ganhou” 90 dias do Conselho como vice-presidente provisório, e ainda deixou aberta a possibilidade da votação ser feita de forma indireta, apenas entre os conselheiros. O que contraria o estatuto, que determina a participação dos sócios em Assembleia Geral.

Precisou ser realizada uma série de protestos por parte dos torcedores para a eleição, e de forma direta, ser marcada para o dia 15 de julho pelo Conselho Deliberativo. Ex-presidentes também se juntaram em carta aberta e endossaram o apelo da torcida. Entre eles, nomes como Luciano Bivar, Homero Lacerda, Gustavo Dubeux, Fernando Pessoa, Jarbas Guimarães, Severino Otávio e Wanderson Lacerda.

Fracassos

Apesar da surpreendente permanência na Série A, o ano não começou nada bem para o Sport. Na Copa do Brasil, pela terceira vez consecutiva, o Leão foi eliminado na primeira fase. Desta vez, diante da frágil Juazeirense, da Série D. Depois, o tricampeão da Copa do Nordeste ficou na lanterna do Grupo A do Regional, com seis pontos, apenas uma vitória, três empates e quatro derrotas. Já no Pernambucano, após um início sofrido, conseguiu passar da fase de grupos como segundo colocado.

No entanto, na metade da primeira fase, o técnico Jair Ventura foi demitido. Uma saída conturbada, visto que ele tinha acabado de renovar o contrato, e o Sport precisou pagar uma multa milionária de mais de R$ 500 mil. O auxiliar técnico César Lucena dirigiu a equipe em três jogos e o treinador Umberto Louzer em outros dois confrontos antes da semifinal.

Com uma vitória magra, por 1×0 e um gol de pênalti, o Sport passou para a final do Pernambucano contra o rival Náutico. Nos dois jogos, mesmo tendo empatado por 1×1 e perdido o título estadual nos pênaltis, os rubro-negros observaram o Timbu abusar de perder chances de gol e dominar as partidas. No Brasileirão, a expectativa é que existisse uma evolução. Mas ficou longe disso. Em sete jogos, sob o comando de Louzer, apenas uma simples vitória diante do Grêmio, dois empates (Internacional e Cuiabá) e quatro derrotas (Atlético-MG, Fortaleza, Juventude e Corinthians).

Crise Financeira

Mesmo com a permanência na Série A, o clube rubro-negro tem convivido com uma os atrasos salariais. Segundo apurou a reportagem do Blog do Torcedor, o Sport deve quase três meses de vencimentos aos jogadores. Sem contar com a situação dos funcionários que é ainda pior desde o fim da gestão passada em 2018. A direção leonina tem mais cautela com o elenco, pois, se atrasos nos pagamentos chegarem a três meses, os atletas pode pedir a rescisão contratual indireta na Justiça.

Serra FM

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