Política

Palanques múltiplos são esperados nas eleições de dez estados

0

Em ao menos dez estados, candidatos a governador podem receber o apoio de dois ou mais presidenciáveis — há também casos de postulantes ao Planalto cujas alianças vão englobar mais de um nome em determinados locais. A indefinição para a composição das chapas e alianças, a menos de um ano da disputa, e os resultados recentes das pesquisas de intenção de voto abrem brechas para a formação de palanques múltiplos.

Os estados em que há a maior possibilidade de palanques duplos são aqueles em que há candidatos do PT, PSB e PDT. Petistas e socialistas ainda discutem a formação de uma chapa presidencial, com o PSB ocupando a vaga de vice do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. As tratativas, no entanto, estão travadas por falta de acordo sobre as candidaturas estaduais.

Em São Paulo, caso PT e PSB não cheguem a um acordo, Fernando Haddad e Márcio França podem estar ao lado de Lula na campanha. O cenário deve se repetir em Pernambuco, onde petistas avaliam lançar o senador Humberto Costa ao Palácio do Campo das Princesas. O estado é prioritário para o PSB, que o comanda desde 2007. Mas o partido está sem um nome, desde que o ex-prefeito do Recife Geraldo Júlio disse que não pretende concorrer.

O cenário nacional também está influenciando os rumos de candidatos aos governos estaduais do PDT, que terá o ex-ministro Ciro Gomes como candidato à Presidência. Com Lula à frente nas pesquisas e questionamentos internos sobre a viabilidade do pedetista, nomes do partido já admitem ter o ex-presidente e Ciro em seus palanques.

É o caso do Rio de Janeiro. O ex-prefeito de Niterói Rodrigo Neves (PDT) tenta convencer diferentes partidos para formar uma chapa ao governo fluminense. Ele foi filiado ao PT por 20 anos e disputa o apoio de Lula com o pré-candidato do PSB, Marcelo Freixo. Os petistas também ensaiam lançar a candidatura do presidente da Assembleia, André Ceciliano.

“Estamos trabalhando para construir uma alternativa para o Rio que agregue diferentes espectros políticos. Tenho uma excelente relação com o ex-presidente Lula e seria natural contar com seu apoio, já que somos a única candidatura com experiência no Executivo”, disse Neves.

Desde que o ex-ministro Sergio Moro (Podemos) oficializou sua pré-candidatura à Presidência, dois fiéis aliados do presidente Jair Bolsonaro, os governadores de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), e do Paraná, Ratinho Junior (PSD), articulam para ter o apoio do ex-juiz em busca da reeleição.

O Podemos integra a base de Ratinho na Assembleia Legislativa e busca apoio do governador para a candidatura de Álvaro Dias à reeleição no Senado em troca da manutenção da aliança. Integrantes do partido querem que o chefe do Executivo estadual esteja ao lado de Moro. Já aliados de Ratinho ainda avaliam o impacto de um possível rompimento com Bolsonaro.

Em Minas, Moro se encontrou com Zema em busca de uma aliança. Apesar da boa relação, o governador ainda busca o apoio de PL, PSDB e Podemos. De acordo com o presidente estadual do Podemos no estado, deputado Igor Timo, Zema e Moro compartilham os mesmos princípios:

“Há uma afinidade entre os programas do governador e de Moro. As conversas existem e há uma abertura de diálogo. O Podemos se transformou no partido que mais cresceu em Minas e se tornou uma sigla atrativa, tanto para candidaturas próprias como para a composição de alianças.”

Para a cientista política Maria do Socorro, da Ufscar, Lula se tornou o principal cabo eleitoral da esquerda, enquanto Moro é uma opção para evitar associação direta a Bolsonaro.

“Nomes de esquerda não querem perder o efeito Lula, caso as pesquisas se mantenham constantes. E aliados de Bolsonaro temem ser alvos de questionamentos sobre ações do governo.”

Serra FM

Prefeitura de Serra Talhada está na fase final de implantar Ciclofaixa no centro da cidade

Post anterior

Grandes marcas fazem apelo por pacto global para reduzir produção de plástico

Post seguinte

Recomendado para você

Comentários

Deixe seu comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Mais em Política