Alvo da Controladoria-Geral da União (CGU), o cartão de vacinação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que está sob sigilo por 100 anos, já havia sido liberado pelo então presidente. Em uma de suas tradicionais lives, em 15 de setembro de 2022, ele garantiu que os dados estavam à disposição. “Da minha parte aí, já falei para assessoria: quem quiser meu cartão de vacina pode olhar”, afirmou o então presidente, negando ter assinado decreto determinando o sigilo.
A informação, no entanto, jamais se concretizou. Bolsonaro continuou a dizer que não se vacinaria e nunca divulgou o documento que pode confirmar ou contradizer suas declarações. Dois dias após a live, a Secretaria-Geral da Presidência da República negou a um veículo de imprensa o acesso ao cartão de vacinação do presidente. Como argumento, citou o artigo 31 da Lei nº 12.527: “O tratamento das informações pessoais deve ser feito de forma transparente e com respeito à intimidade, vida privada, honra e imagem das pessoas, bem como às liberdades e garantias individuais”.
“Esclarecemos que as informações solicitadas dizem respeito à intimidade, à vida privada, à honra e à imagem do senhor Presidente da República, que são protegidas com restrição de acesso, nos termos do artigo 31 da Lei nº 12.527, de 2011”, justificou a Secretaria-Geral.
É a mesma justificativa apresentada nesta quinta-feira (16/2) pelo senador Flávio Bolsonaro, o filho 01 do ex-presidente, em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo. “Trata-se de uma questão de foro íntimo. Não tem nenhuma relação com o fato de ele ter sido presidente ou não. Se ele optou por não se vacinar, é por conta e risco dele”, afirmou.
Segundo o 01, Bolsonaro “fez o que tinha de fazer para garantir vacina a quem quis se imunizar”. Para Flávio, a quebra de sigilo não passa de uma “cortina de fumaça” para esconder o que considera ausência de notícias positivas do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Na quarta-feira (15), a CGU decidiu autorizar a quebra de sigilo de dados do cartão de vacinação do ex-presidente Bolsonaro. A expectativa no governo é que, até esta sexta-feira (17), o órgão autorize o Ministério da Saúde a fornecer os dados a quem solicitá-los via Lei de Acesso à Informação (LAI).
Cartão em dia
Segundo disse na ocasião, sua cartela de vacinação estava “em dia” e que, por viajar o mundo inteiro, precisava apresentar o documento em países que exigem imunização contra alguma doença.
A verdade sobre se Bolsonaro se vacinou – ou não – contra a Covid agora pode vir à tona. Basta que a CGU autorize a divulgação dos dados. É esperar para ver.







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