O programa do governo Desenrola Brasil, de renegociação de dívidas para pessoas físicas, entrou em vigor desde a última segunda-feira (17). Além das consequências para a população no geral, a iniciativa pode impactar os pequenos negócios do Brasil, segundo o Sebrae. O governo liberou R$ 50 bilhões aos bancos para adesão ao Desenrola.
Ocorre que a maioria dos pequenos negócios brasileiros (61%) que pegaram empréstimos em 2022 o fizeram como pessoa física, segundo dados de uma pesquisa sobre financiamento do Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). Portanto, quem tiver débitos com bancos pode limpar o nome com o programa.
Veja a íntegra da pesquisa.
Segundo Giovanni Soares, agente de inovação e transformação digital do Sebrae, as empresas que conseguirem sair do vermelho pelo Desenrola ainda têm oportunidade de conseguir pegar empréstimos mais vantajosos como pessoas jurídicas no futuro e reorganizar as contas.
“Essa é uma boa oportunidade de poder fazer negociações de dívidas, permitir que as pessoas possam planejar melhor as suas finanças”, disse o especialista ao Poder Empreendedor.
Giovanni afirma que ainda há outro benefício trazido pelo programa para os pequenos negócios: o aumento do poder de consumo. Com menos dívidas, a população terá mais fôlego para gastar com produtos e serviços, o que pode aumentar as vendas e clientes de uma empresa.
“Os pequenos negócios vão ser os primeiros a se beneficiarem desse aumento do consumo. A expectativa é que o Desenrola consiga promover um destravamento do consumo e um aumento da atividade econômica”, afirmou o agente do Sebrae.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que ao menos 1,5 milhão de brasileiros com dívidas de até R$ 100 terão o nome limpo automaticamente nos bancos até o fim de julho por causa do Desenrola. O valor estimado de desnegativação é de R$ 100 milhões.
O governo diz ter potencial para atingir mais 30 milhões de pessoas com dívidas maiores.
Elas são divididas em duas faixas:
- cidadãos que recebem até 2 salários mínimos ou que estejam inscritas no Cadastro Único (CadÚnico);
- pessoas físicas com renda de até R$ 20.000 e débitos financeiros negativadas até 31.12.2022.







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