Um esquema criminoso teria causado um prejuízo de mais de R$ 5 milhões aos cofres públicos por meio de cobranças indevidas de serviços de despachante, é o que afirma a Polícia Federal (PF).
Segundo o órgão, aposentados e pensionistas buscavam agências do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) para conseguirem empréstimos e se depararam com uma “trava em seu benefício”, que só era liberado mediante o pagamento de uma taxa.
As investigações, iniciadas em 2023 a partir de levantamentos realizados pelo Núcleo Regional de Inteligência da Previdência Social em Pernambuco, culminaram com a deflagração, nesta terça-feira (5), da Operação Apófis.
Ao todo, foram cumpridos 13 mandados de busca e apreensão nas cidades do Recife, Cabo de Santo Agostinho, São Paulo, Belo Horizonte, Brasília e Ponta Grossa. Para cumprir as ordens judiciais, foram mobilizados 65 policiais federais e 5 servidores técnicos do Ministério da Previdência Social.
De acordo com a investigação, um servidor do INSS, morador do Grande Recife, facilitava o esquema para que houvesse êxito nas ações. “Os aposentados e pensionistas tinham ciência do empréstimo e queriam, só que por intervenção do servidor público, era colocada, propositalmente, uma trava no benefício”, detalhou o delegado da Polícia Federal Márcio Tenório.
A partir daí, segundo o delegado, entraria a participação de correspondentes bancários, que atuariam como despachantes. “Assim que o aposentado ou pensionista buscava esse correspondente, o servidor do INSS entrava no site da autarquia e desbloqueava o site, permitindo a liberação do empréstimo”, continuou.
No entanto, para a liberação do empréstimo, o despachante solicitava um pagamento, de valor não informado pela PF. “O aposentado/pensionista se via obrigado a pagar por aquele suposto serviço de despacho para que o empréstimo fosse liberado, por puro desconhecimento”, disse.
Os investigados podem responder por diversos crimes, entre eles: corrupção ativa, estelionato, inserção de dados falsos em sistemas de informação, violação de sigilo profissional, organização criminosa e lavagem de dinheiro.
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