As prévias de carnaval geralmente começam no mês de setembro e duram até o carnaval, chamando foliões de todos os lugares para as ruas de Olinda para acompanhar o ensaio e saída dos famosos blocos. Neste ano, por conta da pandemia, as ruas da cidade estão menos movimentadas.
“Está devagar, sem hóspede, pouco turista, muito devagar o movimento. Se aparece gente é pouca, nunca muita. Aqui sempre foi animado, chegava essa época era só animação. Agora está triste, parece uma cidade fantasma”, comentou Aldineide Ferreira, 63, moradora de Olinda e camareira em um hostel local.
A sede da Pitombeira dos Quatro Cantos, um dos blocos mais famosos, estava fechada, e sua rua, geralmente muito movimentada nessa época, silenciosa. “Culturalmente é ruim, é uma tradição muito forte e não podemos comemorar. Estou triste e com saudade, bastante saudade”, contou Rodrigo, 23, um dos poucos foliões que estavam no local. “Para a gente foi muito difícil perder essa rotina tão boa, de setembro até o carnaval de prévias, e agora não tem mais”, afirmou.
O Alto da Sé estava com um fluxo maior de pessoas neste domingo. Perto da igreja, o grupo Ghreia ensaiou a sua percussão, chamando atenção das pessoas que passavam por ali, segundo o grupo, os ensaios chamam atenção dos turistas, movimentando o comércio local. “Quando as tapioqueiras retornaram, a gente retornou para chamar o comércio em si. As pessoas apareciam para assistir a gente e se alimentavam, então decidimos voltar para ajudar nesse processo”, comentou uma das diretoras do grupo, Karla Daniel.
Para a comerciante Miriam, 63, é necessário mais intervenção do poder público para garantir a saúde dos turistas e trabalhadores, facilitando o comércio. “Segurança a gente tem por nossa conta mesmo, máscara, álcool, mas a gente precisa que o órgão público chegue perto, aqui não está chegando. Logo no começo tinha bastante atenção e cuidado por aqui, mas agora não está tendo. Do jeito que as coisas estão, precisamos colocar tudo novamente”, destacou a comerciante.
Por DP
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