Notícias

O imexível Pedro Eurico

0

Na indiscutível sapiência da seleção do seu time, o ex-governador Eduardo Campos classificava seus auxiliares em dois patamares: os leiteiros e os sorveteiros. Reza a tradição do leiteiro acordar nos primeiros raios de sol no horizonte para a labuta diária da arte de sugar com as duas mãos, subtraindo das mamas da vaca no curral, o precioso leite das crianças.

Já o vendedor de sorvete só arrasta o carrinho com a sua mercadoria às ruas, na rotina de ir atrás do trocado diário, depois do meio-dia, tendo em vista que quase não existe seu consumo pela manhã por ser um produto gelado, bom para amenizar o calor.  Eduardo, claro, bom na pegada da ralação, admirava os sorveteiros, principalmente quando, brilhantes, rendiam bons resultados.

Mas, no fundo, só elogiava os leiteiros. Secretário de Justiça e Direitos Humanos do Governo Paulo Câmara, o advogado Pedro Eurico não é leiteiro nem sorveteiro. Mesmo assim, não sei por que razão ou milagres dessa vida caminhante, é um visgo de poder. Não cai nunca. É parte dos sanguessugas do serviço público: viram-se páginas de governo, mas ele está sempre lá.

E produzindo fábulas grotescas. Numa entrevista à TV Globo que virou meme pelas redes sociais, disse que o vírus da covid-19 não se pega em transportes públicos, seja em ônibus que as pessoas se transformam em salsichas, seja nos metrôs nos quais os passageiros passam pelo constrangimento de cheirar até o sovaco alheio, afora o assédio sexual.

“Ônibus não é vetor de contaminação”, proclamou ele, ao vivo, na poderosa global. Pedro Eurico é uma piada de mau gosto. Lá atrás, em 2016, liberou o número do seu celular para os presidiários. Os presídios, onde há rebeliões constantes, são subordinados a ele. “Eu vou ser cínico? Eu vou mentir? O celular existe e está lá. Além de dar o número do meu celular, eu disse: “Liguem a cobrar”.

Esta declaração, que na época gerou muita polêmica, foi sustentada, segundo ele, na suposta hipótese de um detendo sofrer tortura e ter a liberdade de denunciar por telefone. O governador não gostou nem um pouquinho, mas o manteve no cargo. No episódio mais recente, a repressão da PM aos manifestantes que foram às ruas contra o Governo Bolsonaro, Pedro Eurico disse que a ordem de bater e atirar bala de borracha não partiu do Governo e que não havia comando paralelo na polícia. Se não há comando paralelo, então partiu de quem, cara pálida, se não do Governo?

Pedro Eurico é uma piada de mau gosto! Teve cinco mandatos de deputado estadual. Ao final do último, encerrado em 2010, faz carreira na vida pública em todos os governos socialistas. Quer saber por que é imexível?

Eu não sei, mas talvez os pássaros que alegram as manhãs modorrentas do governador Paulo Câmara nos jardins do Palácio do Campo das Princesas tenham a resposta na ponta do bico.

No Livro dos Recordes – Pedro Eurico de Barros e Silva iniciou sua carreira política como militante da Comissão de Justiça e Paz da Arquidiocese de Olinda e Recife. Durante a ditadura militar, defendia presos políticos, denunciava a tortura e a perseguição política. Em 1982 foi eleito vereador do Recife e em 1986, deputado estadual pelo PSB. No segundo Governo Arraes (1986-1990) ocupou a Secretaria de Habitação. Eleito, Eduardo Campos o nomeou secretário da Criança e da Juventude, sendo remanejado por Paulo Câmara para Justiça. Em 15 anos de governo socialista, Pedro Eurico se segura em cargos há nove anos. Candidatíssimo ao Guiness Book.

Serra FM

Cinco mortes registradas por covid-19 neste sábado em Serra Talhada

Post anterior

Assédio: presidente da CBF é afastado do cargo

Post seguinte

Recomendado para você

Comentários

Deixe seu comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Mais em Notícias