Egito fecha rota de saída de Gaza e brasileiros não conseguem passar

O Egito voltou a fechar sua fronteira com a Faixa de Gaza nesta sexta-feira (10), disse o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira. Única rota de saída da zona de guerra entre Israel e Hamas, a passagem de Rafah ficou interditada e nenhum estrangeiro com permissão para deixar o enclave palestino, incluindo brasileiros, conseguiu atravessar.

A expectativa agora é que o grupo do Brasil, que conta com 34 pessoas, incluindo nacionais e parentes próximos, consiga deixar Gaza e chegar ao Egito no sábado, após mais de 30 dias de espera. No entanto, Vieira afirmou que a situação no enclave palestino “impossibilita dizer” quando os brasileiros poderão sair de lá.

O grupo havia sido autorizado a deixar a zona de guerra, incluídos na lista de liberações para cruzar a passagem de Rafah, na manhã de hoje.

Segundo informou o Itamaraty, o “grupo de brasileiros e familiares que estava retido em Gaza já se encontra no posto fronteiriço de Rafah, desde as 7 da manhã, hora local (2h no horário de Brasília), à espera de chamada para os trâmites necessários para a entrada no Egito, e posterior repatriação para o Brasil”.

Depois de frustrações e atrasos, a inclusão dos brasileiros na lista foi confirmada na quinta pelo ministro das Relações Exteriores de Israel, Eli Cohen, durante conversa com o chanceler brasileiro, Mauro Vieira.

Em nota, o Itamaraty afirmou que “Cohen afirmou não ter sido possível cumprir a garantia dada por ele de que os brasileiros sairiam ontem (08), por fechamentos inesperados na fronteira”. Segundo o porta-voz do Departamento de Estado dos Estados Unidos, Vedant Patel, a rota foi interditada por circunstâncias de segurança”.

Autoridades egípcias afirmaram que havia divergências sobre a segurança das ambulâncias que transferiam civis feridos para fora de Gaza, com suspeitas de que havia integrantes do Hamas nos veículos.

Ainda não há informações sobre o motivo da interdição da passagem de Rafah nesta sexta, mas é possível que o drama das ambulâncias, que precisam passar antes dos estrangeiros, possa ter atrasado a operação, que tem limite de horário para ser realizada.